Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de dezembro, 2015

Crítica do Prof. André Egg sobre Marumby e o I FOP

(...) Outra impressão muito positiva foi assistir à  Opereta Marumby  (1928), de Benedito Nicolau dos Santos. Esse compositor foi um importante teórico musical no Brasil, injustamente desconhecido nos nossos dias. Nunca tinha ouvido nada dele, e o resgate dessa peça confirma a importância do trabalho musicológico que quase não se faz no Brasil. Tanta obra boa precisando ser apresentada, o que depende quase sempre de encontrar partituras invariavelmente mal preservadas – quando não totalmente perdidas. No caso de  Marumby,  me parece que o trabalho de pesquisa (bem como a produção) foi feito por Gehad Hajar. Destaque também para Renata Bueno no papel de “Rainha da Boina”. Agora, o sucesso indiscutível nesta peça é para a entrada dos “caipiras”, representados em cena pela Orquestra Rabecônica do Mestre Aorélio, que encantou o público com seu fandango. A apresentação fez parte do I Festival de Ópera de Curitiba  do Paraná, que teve também uma apresentação de  Sidéria  de Augusto Str

Prefácio ao livro "Lendas, Mitos e Cantigas do Folclore Infantil Brasileiro" organizado por Beth Capponi

Prefácio O que faz de um povo, ser um Povo? Ao som de ingênua cantiga Gira, ligeira, uma roda. Bailam cabelos de linho, Brilha a cantiga nos olhos, Saltam, leves, os pezinhos. Os grandes cedros antigos, Também, se põe a bailar: Cantam os ramos no ar, Dançam as sombras no chão. Helena Kolody O que nos aglomera e nos difere em grupos étnicos, países, povos e nações, senão a cultura?  Muito além de tons cutâneos e manifestações religiosas, os valores linguísticos e musicais unificam pessoas, formam tribos, desenvolvem povos que se tornam nações e, universais, contribuem para o mundo. Na diáspora da espécie humana pela ocupação do globo, desde a mãe África até a América do Sul, caminharam os grupos humanos até chegarem a um acidente geográfico. Quem ousava se desafiar e atravessá-lo, formava um novo povo, que adquiria influências desse novo solo, clima e ambiente, se espalhando pelo território até o próximo desafio natural. A cada adaptação, o fator de uniã

Prefácio ao livro “Vidas Transitórias” de Ottavio Lourenço

Prefácio Uma cidade que insiste em ser de clima sorumbático, diversa e atípica – como é Curitiba – serve-se facilmente como cenário à passagens de escritos singulares. “Vidas Transitórias” é um olhar traçado sobre o limiar do imagético, onde personagens, encontros, lugares, transpõem o sobressalto de fatos que poderiam ficar no esquecimento, para a eternidade de uma narrativa. Perto da poesia, narrativas com a umidade dos lados do Estribo Ahú e cercanias do Guaíra, entreouvidas nas vozes haitianas e polonesas, onde identifica-se o Ser Comum, destacado por ser alvo de uma crônica, tudo intercalado por deliciosos aforismos do autor que, certamente, em algum tempo serão anexins em rodas de papo na rua XV e mundo afora. Cada texto deste livro é apontamento d’um momento desses personagens, desses encontros, dessa geoidentidade, que é comum a todas as gentes, anônimas ou não. Como o momento em que Beauvoir é convidada para uma sessão de estudos no bagunçado quarto do aluno Sart