Excerto de José Carlos Fernandes. Enedianas O benfeitor É de consenso entre os pesquisadores da vida de Enedina Alves Marques que seu maior benfeitor foi o major e delegado Domingos Nascimento Sobrinho. De acordo com relatos da neta de Domingos, a historiadora e professora aposentada Ezuel Hostins, 66 anos, afilhada de Enedina, o avô fazia diligências pelo interior e trazia gente para cumprir medidas na capital. Como morava no bairro do Portão, não raro os apreendidos faziam pernoite no casarão da família. Tempos depois, esses homens voltavam, pedindo ajuda a Nascimento. Esse vaivém deu ao major a fama de benfeitores de negros – uma espécie de Oscar Schindler da comunidade. O feito mais concreto foi ter mantido Enedina nos estudos, “pagando-lhe o bonde”, para que estudasse com Isabel, a única filha dentre os seis filhos de Domingos Nascimento. Quando morreu, em 1958, sua beneficiada era engenheira formada. Bebeca Apesar da grande amizade que uniu a negra Enedina e a branca