Um festival para o Paraná O homem que não tem a música dentro de si e que não se emociona com um concerto de doces acordes, é capaz de traições, de conjuras e de rapinas . Shakespeare, O Mercador de Veneza. Há muito o Paraná merecia um evento que relevasse e incentivasse suas produções operísticas. Fomos, no início do século passado, um dos maiores centros consumidores de música no Brasil, ao passo que desenvolvíamos os ritmos nativos e colaborávamos com a criação da música brasileira. Companhias operísticas estrangeiras advindas do Rio de Janeiro e de São Paulo passavam pela pequena Curityba antes de rumarem à Buenos Aires. Assim o foi com as companhias alemãs Augusto Papke, Tusher Urban e Lessing; com as italianas Ernesto Lahoz, Clara Weiss, Victor Romano, De Angelis, Santângelo, Tornesi, Ritoli e Biloro; a mexicana Esperanza Iris; com as espanholas Helena D’Algy e Maria Alonso, e as austríacas Paderewski e Margarete Slezak. Deixaram todas elas marcas em