Um festival para celebrar o riso
Apresentamos o 1º Festival Nacional de Circo, celeiro a conglomerar e difundir a criatividade dos profissionais que mais fazem rir, da linguagem artística mãe de todas as demais, da mais popular e tenra arte.
As restrições impostas pela pandemia brecou toda classe de artistas, calou o riso, revogou a esperança.
Rir é preciso. E é preciso retomar.
Por isto um festival para cultuar a alegria.
Ideia de quando no ápice da pandemia de covid-19 fomos chamados pela vereadora Dona Lourdes (1927-2021), de saudosa memória e já àquela época decana de todos os parlamentares brasileiros, que buscava dar socorro aos circenses impedidos do trabalho.
Queria ir além, a autora da primeira “Lei da Praça do Circo” no Brasil.
Almejava um retorno seguro das produções. Sonhava que algo unisse o popular e o erudito, o simples e o rebuscado, o riso e o drama. Queria ela uma fusão de circo e ópera, aproveitando nossa expertise dos Festivais de Ópera do Paraná.
Sugerimos não apenas a inclusão das artes circenses no âmbito operístico, ou vice-versa. Propomos, então, um festival próprio de circo e sediado na lona pública de Curitiba, o Circo da Cidade - Lona Zé Priguiça.
Cairia em boa hora: neste mês e ano que abre e inaugura este 1º Festival Nacional de Circo, é o que completa 45 anos deste Circo da Cidade, fundada pelos Queirolo como Circo Chic-Chic, cuja administração assumiu a Fundação Cultural de Curitiba em 1979, dentro do Plano de Animação da Cidade idealizado por Jaime Lerner, de onde também brotaram o Teatro Paiol e o Centro de Criatividade.
Com a proposta imediatamente acatada e apoiada, a então chefe de gabinete Jane D’Avila - filha dos lendários palhaços Zuca e Zoca - foi chamada à missão de arcar com as tarefas burocráticas.
Partiu D. Lourdes meses antes de ver este projeto concretizado. Mas seu legado será lembrado e aplaudido pela legião de gratos cidadãos curitibanos.
À ela, Dona Maria de Lourdes Beserra de Sousa, dedicamos os esforços da retomada pós-pandêmica da ópera e do circo, com as edições dos respectivos festivais neste ano tão simbólico.
Gehad Hajar