Esta sexta edição do Festival de Ópera do Paraná foi programada para 2020 e cancelada às vésperas por conta do avanço pandêmico de covid-19. E já previa a exibição de uma programação operística digital e gratuita.
Neste ano de 2021, com a possibilidade da retomada progressiva dos eventos, mas com restrições de público e aglomeração, a solução foi proporcionar apresentações consagradas e ultra-tecnológicas de forma a também proteger os espectadores.
E oferecemos uma primorosa seleção de títulos consagrados, em produções europeias de excelência, com o alto apoio da Prefeitura Municipal de Curitiba via Fundação Cultural de Curitiba e Instituto Curitiba de Arte e Cultura, a quem somos muitíssimo obrigados pelo prestimoso auxílio.
A escolha de exibição ao ar livre nas telas do novel Coreto Digital calha em ótimo momento: este ano completa 135 anos da inauguração Passeio Público, pelas mãos do Visconde de Taunay, local onde em 1915 o prefeito Cândido de Abreu mandou erguer em art nouveau o “Pavilhão de Retrete” - comumente chamado de Coreto, e o entabulou com uma apresentação da Banda da Polícia a tocar uma “Marcha Carlos Cavalcanti”, em honra ao governador de então e composta por Leo Kessler.
Kessler este que, naquele mesmo ano, completava a ópera “Papílio Innocentia”, com libreto de Emiliano Pernetta sobre argumento do próprio Taunay. Carlos Cavalcanti não se interessou pela montagem já agendada no Theatro Guayra de “Papílio Innocentia”, que permaneceu adormecida por 101 anos até este Festival de Ópera do Paraná levar a cena em sua segunda edição, estreando-a na presença da centenária filha e das sobrinhas-netas do compositor.
Também no Passeio Público, as curiosas apresentações públicas de ‘zonophones’, em 1905, que nada mais eram do que toca-discos com óperas consagradas, fazendo o mais humilde transeunte conhecer grandes nomes e títulos deste gênero musical.
Ou ainda, apresentações de ‘Chronophono Lyrico’ (uma junção do phonógrapho e do cinematógrapho) onde domésticas gravações eram facilmente reproduzidas e, as árias das récitas da noite anterior poderiam ser vistas e/ou ouvidas por populares nas manhãs do Passeio Público ou do Colyseu Coritibano, o famoso parque de diversões da então rua Aquidaban (hoje Emiliano Pernetta) com a Voluntários da Pátria.
Passaram-se décadas. Mais de século e, novamente, o terreno dos antigos charcos do rio Belém - que formam o Passeio Público - oferecem inovação e ópera para os neófitos, os curiosos e os eruditos, com o Coreto Digital que ali emerge em luz.
Retumbamos o mote deste festival: Ópera para Todos!
Gehad Ismail Hajar
Diretor-Geral do
Festival de Ópera do Paraná
Neste ano de 2021, com a possibilidade da retomada progressiva dos eventos, mas com restrições de público e aglomeração, a solução foi proporcionar apresentações consagradas e ultra-tecnológicas de forma a também proteger os espectadores.
E oferecemos uma primorosa seleção de títulos consagrados, em produções europeias de excelência, com o alto apoio da Prefeitura Municipal de Curitiba via Fundação Cultural de Curitiba e Instituto Curitiba de Arte e Cultura, a quem somos muitíssimo obrigados pelo prestimoso auxílio.
A escolha de exibição ao ar livre nas telas do novel Coreto Digital calha em ótimo momento: este ano completa 135 anos da inauguração Passeio Público, pelas mãos do Visconde de Taunay, local onde em 1915 o prefeito Cândido de Abreu mandou erguer em art nouveau o “Pavilhão de Retrete” - comumente chamado de Coreto, e o entabulou com uma apresentação da Banda da Polícia a tocar uma “Marcha Carlos Cavalcanti”, em honra ao governador de então e composta por Leo Kessler.
Kessler este que, naquele mesmo ano, completava a ópera “Papílio Innocentia”, com libreto de Emiliano Pernetta sobre argumento do próprio Taunay. Carlos Cavalcanti não se interessou pela montagem já agendada no Theatro Guayra de “Papílio Innocentia”, que permaneceu adormecida por 101 anos até este Festival de Ópera do Paraná levar a cena em sua segunda edição, estreando-a na presença da centenária filha e das sobrinhas-netas do compositor.
Também no Passeio Público, as curiosas apresentações públicas de ‘zonophones’, em 1905, que nada mais eram do que toca-discos com óperas consagradas, fazendo o mais humilde transeunte conhecer grandes nomes e títulos deste gênero musical.
Ou ainda, apresentações de ‘Chronophono Lyrico’ (uma junção do phonógrapho e do cinematógrapho) onde domésticas gravações eram facilmente reproduzidas e, as árias das récitas da noite anterior poderiam ser vistas e/ou ouvidas por populares nas manhãs do Passeio Público ou do Colyseu Coritibano, o famoso parque de diversões da então rua Aquidaban (hoje Emiliano Pernetta) com a Voluntários da Pátria.
Passaram-se décadas. Mais de século e, novamente, o terreno dos antigos charcos do rio Belém - que formam o Passeio Público - oferecem inovação e ópera para os neófitos, os curiosos e os eruditos, com o Coreto Digital que ali emerge em luz.
Retumbamos o mote deste festival: Ópera para Todos!
Gehad Ismail Hajar
Diretor-Geral do
Festival de Ópera do Paraná