Apresentação da Ópera Marumby, e montagem do grupo Guairacá no bloco estadual da Rodoferroviária. 30/10/2015 Foto: Levy Ferreira SMCS
Quem passou pela Rodoviária de Curitiba nesta sexta-feira, véspera de feriado prolongado, foi surpreendido com apresentações da Ópera Marumby, opereta de costumes composta em 1928 por Benedito Nicolau dos Santos. Misturados ao público, portando malas e até criança no colo, integrantes da Guairacá Cultural arrancaram aplausos de quem estava esperando ônibus, comprando passagem ou se despedindo de amigos e parentes.
Com produção da Guairacá Cultural, direção de Gehad Hajar e regência de Jaime Zenamon, a montagem de Marumby resgata uma relíquia histórica do sotaque musical do paranaense e dos costumes da época.
A opereta estreou em 19 de dezembro de 1928 com vários trechos cortados pela chefatura de polícia de então e só foi apresentada na íntegra em agosto passado, na Capela Santa Maria. Na encenação, a Fada de Curytiba, sentada no frontispício do antigo Paço Municipal, conta a história de uma cidade que funde desde o cabloclo fandango à européia Gavote, dança muito popular na corte de Luis XV. Afinal, o que teria acontecido na noite de nevasca de 28 de julho de 1928?
A apresentação de um trecho da opereta foi feita durante cerca de 15 minutos em frente aos guichês de venda de passagem nos dois blocos da Rodoviária. A música e a performance dos integrantes da opereta arrancaram aplausos, atraíram quem estava na outra ponta da Rodoviária e foram filmados e fotografados com inúmeros celulares.
Os jovens Melina Zortea e Eduardo Sautchuk ficaram surpresos quando o cidadão que estava à frente, na fila de compra de passagens, começou a cantar. Melina conta que por um instante ficou sem saber o que estava acontecendo: “Foi muito legal, uma surpresa mesmo, de repente tinha uma porção de gente cantando”. Eduardo destaca o fato de a apresentação ter sido feita em local aberto, num momento de bastante movimento na Rodoviária. “É bem interessante, principalmente por ser num lugar público”, afirmou, aproveitando para pedir alguma informação sobre a ópera.
“Que bom que eu estava aqui! Só vim trazer uma amiga querida que está embarcando para São Mateus, quando comecei a ouvir a música. É maravilhoso, fico feliz pela oportunidade”, disse Margareth Bosa. “Parabéns, isso é muito bom para a cidade”, afirmou.