Cine Glóriah (à esq.), será inaugurado nesta noite. Casarão (ao lado) também será adaptado
(Fotos: Henry Milléo/ Gazeta do Povo / Cine Glóriah)
Teatro Cine Glóriah abre hoje para o público
Espetáculo Para Poe estreia no palco do antigo Teatro Reikrauss. Nova dministração quer criar espaço integrado à antiga ferraria da família Tod
Publicado em 21/08/2014 | RODOLFO STANCKI
Parte de um projeto ambicioso da dupla Gehad Hajar e Juliano de Paula Santos, o local será parte de um centro de produção e disseminação artística por meio da empresa Guairacá Cultural. Além do teatro, os dois adquiriram a antiga residência e ateliê do escultor Ricardo Tod (1963-2005), na Rua São Francisco. O artista é responsável pelo Cavalo Babão do Largo da Ordem.
Programe-se
Para Poe
Teatro Cine Glóriah (Galeria Pinheiro Lima – Praça Tiradentes, 106, Centro), (41) 3013-5070. Quinta a domingo, às 20 horas. R$ 40 e R$ 20 (meia-entrada). Até 31 de agosto. Classificação indicativa: 18 anos.
História
Veja a trajetória do Cine Glória, que foi referência para o cenário cultural de Curitiba
Década de 1920 – Inaugurado o Cine Glória, na avenida Luís Xavier.
1940 – Com a mudança da administração, o espaço passa a ser conhecido como Cine Odeon.
1963 – Inauguração da sede do novo Cine Glória, na Praça Tiradentes.
1991 – Com baixo índice de público, o cinema é incendiado por vândalos.
2003 – A diretora Rosângela Craveiros reforma o espaço, que se torna o Teatro Celeiro.
2004 – A administração passa a ser do diretor Edson Bueno, que dá o próprio nome ao teatro.
2007 – O diretor Reikrauss Benemond adquire o teatro, que se torna o Teatro Reikrauss.
2014 – Reikrauss vende o espaço para dois empreendedores, que o chamam de Cine Teatro Glóriah.
“A ideia é criarmos um ambiente independente voltado para a cultura local. Queremos oferecer atividades de uma editora, restaurantes, cinema e teatro”, diz Hajar. Os empreendedores almejam arrecadar R$ 7 milhões para reformar os dois espaços até o fim de 2015. “Precisamos mudar a cultura curitibana de consumo de arte. Chega de depender de editais.”
Diferentemente da casa da Rua São Francisco, que só será ocupada em meados de 2015, o Glóriah estreia com a promessa de reestruturação do espaço e da programação. Até outubro, o auditório terá shows às quartas-feiras, espetáculos infantis diários para as escolas e uma peça profissional em cartaz aos fins de semana.
Peça
Pioneira ao inaugurar o espaço com Para Poe, a Companhia Transitória apresenta uma montagem que discute a condição do ser humano com colagens de elementos de horror e da cultura pop. Esta serão as últimas encenações da peça em Curitiba, antes de partir em viagem para apresentar a montagem em Recife e Belo Horizonte.
O espetáculo abre uma temporada de produções cênicas cheias de “mortos-vivos”. Na próxima semana, a companhia Vigor Mortis volta em cartaz com Marlon Brando, Whisky, Zumbi e Outros Apocalipses, de Paulo Biscaia Filho, para um período de apresentações no no Guairinha.