Plateia do teatro na Galeria Pinheiro Lima, na Praça Tiradentes (Divulgação)
Os novos proprietários do antigo Cine Glória querem retomar o antigo status cultural do local, que até o início deste ano era conhecido como Teatro Reikrauss. A nova gestão pretende transformar o espaço em um centro de atividades voltado para a classe artística e para o público em geral.
“Estamos preparando uma série de parcerias com escolas de cinema de Cuba e com personalidades da cultura local”, diz o produtor cultural Juliano de Paula Santos, que vai administrar o teatro ao lado de Gehad Hajar. Um dos grupos que deve auxiliar nesse resgate do agora rebatizado de Teatro Cine Gloriah é a companhia Vigor Mortis, do dramaturgo e cineasta Paulo Biscaia Filho.
O artista realizou uma estreia informal do espaço na última quinta-feira, 17, quando apresentou os novos projetos de sua trupe: uma websérie de entrevistas comandada por uma das personagens da peça Seance – As Algemas de Houdini, o teaser de seu novo filme Devassos – Um Romance Snuff (atualmente em fase de pré-produção) e uma cena do espetáculo Duplo Homicídio na Chaptal 20, que estreia no fim do ano no Teatro Novelas Curitibanas.
História
O novo Teatro Cine Gloriah, que ainda não foi oficialmente inaugurado, retoma a memória dos melhores dias do cinema da Galeria Pinheiro Lima. O local foi uma referência cultural na cidade na década de 1960, quando exibiu clássicos como 8½ (1963), de Federico Fellini, e Blow-up - Depois Daquele Beijo (1966), de Michelangelo Antonioni. Nos anos 1980, no entanto, virou um cinema dedicado à exibição de filmes de sexo explícito. Em 1991, o espaço foi incendiado por marginais e ficou abandonado até o início da década seguinte.
A transformação em Teatro Celeiro ocorreu em 2003, quando se tornou propriedade de Rosângela Craveiro. Dois anos depois, ela montou uma parceria com o dramaturgo e diretor paranaense Edson Bueno, que rebatizou o espaço com seu nome. “Foi um momento ótimo para a minha carreira. Apresentei várias peças do Grupo Delírio, como Metamorphosis, do Kafka, e Macbeth, de Shakespeare”, relembra o artista.