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As canções daquele tempo (Gazeta do Povo)


Músicos de estilos variados da cena curitibana se reúnem no palco do Guairão hoje, às 20 horas, para apresentar releituras de cantigas de roda no espetáculo Cirandar, com entrada franca. 

Cirandar
Teatro Guaíra (Pç. Santos Andrade, s/nº), (41) 3304-7900. Hoje, às 20 horas. Entrada franca. Os ingressos devem ser retirados na bilheteria. Classificação indicativa: livre.

Marco André Lima / Gazeta do Povo

Entre mais de 15 nomes, Michele Mara, Big Wilson Soul Band, Zé Rodrigo, Iria Braga, Humanish e Leo Fressato e Jeff Sabbag, imprimem suas sonoridades a canções como “Ciranda Cirandinha” e “Escravos de Jó”.

A participação, voluntária, tem uma missão multifacetada. Além de atualizar composições que, de tão antigas, nem autor possuem mais, a iniciativa tem objetivos pedagógicos, conforme explica o produtor do espetáculo, Gehad Hajar. “Vários antropólogos, sociólogos e demais pesquisadores da área dizem que a música folclórica some de geração em geração. As cantigas de roda precisam ser reanimadas, reescritas e recantadas para que ressurjam”, explica o produtor, que também é pedagogo. “Fazer com que essas canções estejam na boca da criançada é fazê-las trabalhar o lúdico. A gente começa a perceber que as crianças estão perdendo a ludicidade muito cedo, e isso é muito ruim.
A criança que não tem o desenvolvimento lúdico não lê direito, não tem pensamento crítico, não se coloca na sociedade. As cantigas de roda, neste sentido, têm função extremamente social, lúdica, pedagógica.”

Novas roupagens A ideia de renovar este cancioneiro já foi realizada por Hajar em parceria com a também produtora e idealizadora do projeto, Elizabeth Capponi. A cantora Michele Mara gravou um repertório inteiro destas canções em um disco que foi encartado no livro Cantigas de Roda, lançado em outubro do ano passado. “Tivemos experiências em que as escolas diminuíram problemas de comportamento dos alunos quando as cantigas começaram a fazer parte das brincadeiras”, conta Hajar, para quem as cantigas se tornaram atrativas graças à “nova roupagem” que receberam de Alberto Rodrigues, da banda Blindagem. “Escravos de Jó” virou um jogral com mais de dez vozes. “Atirei o Pau no Gato” virou rock-and-roll. “Para este show, em vez de só a Michele Mara, resolvemos convidar todo mundo de Curitiba que tivesse interesse”, conta Hajar. “A ideia é fazer algo beneficente, que entre no calendário da cidade para as crianças nessa data”, diz. “Para não ficar uniforme, pegamos gente de vários nichos.”

Assim, o próprio Hajar, também músico erudito, apresenta uma versão de canto lírico para “Nesta Rua” com o violinista Roger Vaz e a mezzo soprano Camila Lopes. A banda Anacrônica apresenta “Marcha Soldado” em um arranjo que promete unir psicodelia e black music. “A banda está em uma fase de explorar várias sonoridades diferentes.

Resolvemos nos inspirar nos Panteras Negras [grupo negro revolucionário norte-americano], fazer algo meio funk, meio black music, com nossa roupagem”, afirma o guitarrista do grupo, Bruno Sguissardi. “O desafio é manter a identidade da banda sem descaracterizar a música como as pessoas a conhecem”, complementa a vocalista Sandra Piola. Sandro Godinho, vocalista do grupo Haullys, também comemora a oportunidade de experimentação musical que o show representa. A banda interpreta “Atirei o Pau no Gato” com seu característico reggae rock. No entanto, entra em terreno desconhecido ao subir ao palco com Zé Rodrigo, da Soulution Orchestra, com a música “Peixe Vivo”. “O Zé traz a essência do jazz e do soul. É uma coisa bem espontânea. A expectativa é grande”, diz.

http://www.gazetadopovo.com.br/cadernog/conteudo.phtml?id=1306174&tit=As-cancoes-daquele-tempo

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