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Na Pedreira Paulo Leminski, Greca destaca resistência cultural contra terceirização de espaços públicos


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             Greca reúne artistas, produtores e ativistas culturais de Curitiba

Cerca de 300 artistas, ativistas culturais, militantes sociais e políticos, participaram, neste sábado, dia 2, do abraço simbólico à Pedreira Paulo Leminski, em Curitiba. O ato, organizado pelo ex-ministro do Esporte e Turismo, Rafael Greca (PMDB-PR) chamou a atenção da população sobre a concessão à iniciativa privada da administração da Pedreira e de outros espaços públicos da capital paranaense, motivada pela Prefeitura de Curitiba.


greca-7 “O protesto foi um movimento de resistência cultural da cidade contra o ‘leilão’ e a terceirização que a administração municipal quer fazer com os espaços democráticos de Curitiba, como a Pedreira Paulo Leminski, a Ópera de Arame e os nossos parques, que pertencem ao povo curitibano”, ressaltou Greca. 
Repúdio

O produtor cultural Gehad Hajar (à esquerda) apoiou a iniciativa organizada por Greca. “Existe um princípio de delegabilidade, em que o poder público não pode delegar funções e prioridades de gestão para terceiros. Isso (terceirização) está errado quanto aos nossos espaços democráticos”, frisou.


 Do mesmo pensamento compartilha a corretora de imóveis e advogada Leoni Schmitt. Ela diz ser contrária à privatização das áreas públicas à iniciativa privada: “Esse processo todo segue em detrimento à vontade do povo”, disse. 


Ações efetivas

O movimento liderado por Greca, pré-candidato pelo PMDB, às eleições municipais, em 7 de outubro, soma-se a outras duas ações importantes empreendidas em defesa do patrimônio. A primeira foi o mandado de segurança ajuizado por Greca contra os atos da Prefeitura de Curitiba, que visam “terceirizar” a gestão da Pedreira, da Ópera de Arame e do Parque Náutico. 

O outro ato foi simbólico. Para representar a indignação e demonstrar respeito dos moradores de Curitiba e Região Metropolitana pelos espaços públicos, Greca mandou confeccionar 500 máscaras com a imagem do patrono curitibano Paulo Leminski. As máscaras foram distribuídas no protesto deste sábado, simbolizando a luta social contra a tentativa da Prefeitura de Curitiba de terceirizar espaços públicos. 


Identidade cultural

No discurso, Greca destacou a identidade cultural dos espaços públicos com a população Curitibana. Ressaltou ainda a importância da Prefeitura Municipal preservar o patrimônio público, construído com a ajuda e a contribuição de todos os cidadãos. 

“O prefeito de uma cidade precisa saber cuidar, zelar pelo patrimônio dos cidadãos, pois seu papel é ser um gestor  público e não um comerciante de bens sociais”, disse. E completou: “Quem ama, faz, conserva, cuida,trabalha para manter, não entrega. Depois transmite por herança aos que vão nascer”.

Greca reforçou ainda a necessidade de manter os espaços democráticos sob o domínio do povo. “Nossa Pedreira Paulo Leminski, Nossa Ópera, Nossos Parques, são espaços democráticos, entregues a todo povo. Não podem ter empresa privada por mandante e posseira”.

Crítica pertinente

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No ato, o ex-deputado estadual fez ainda duras críticas à postura do atual prefeito de Curitiba. Luciano Ducci (PSB) quanto à terceirização de locais públicos. “Contra isto nos insurgimos, contra isto nos mobilizamos, contra isto dizemos: Para, Ducci! Basta, Ducci! Quer privatizar? Privatize você a sua biografia. Deixe a Prefeitura de Curitiba para servir a todos, para trabalhar para todos, deixa-a para quem tem vocação de serviço público".

O músico e interprete Grabriel Deluca concorda com a opinião de Rafael Greca. Para ele, a privatização dos espaços públicos em Curitiba representa “uma total regressão da cultura e da vida social”. Deluca acredita ainda que a capital paranaense caminha, neste momento, no contrafluxo do circuito artístico e distante do pólo cultural do país. “Ainda mais terceirizando os espaços culturais, vamos excluir totalmente a cidade do circuito nacional”, disse. E complementou. “Vejo que o Rafael Greca é o único político e líder popular que pode falar com propriedade sobre o respeito às áreas públicas da nossa capital”.

Assim também pensa Pedro Vieiro, consultor de vendas e pré-candidato a vereador pelo PMDB, na região do Capão Raso. Ele analisa que Curitiba perderá características bastante particulares ao repassar os espaços públicos para a iniciativa privada. “Curitiba é conhecida por ser uma capital com grandes e belas áreas públicas, destinadas a atender a população. Agora, com a terceirização, esses espaços não serão mais livres, mas locais reservados para quem pagar. Isso descaracterizará nossa cidade", salientou.

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