Pular para o conteúdo principal

Gazeta do Povo: Etiqueta on-line

Ficar o tempo todo conectado pode virar um vício e transformar o usuário em alguém mal educado


 Gehad Hajar usa seu smartphone para diversas funções, mas sabe os limites entre a praticidade e a falta de educação

A facilidade em acessar redes sociais, e-mails e bate-papos, em qualquer lugar e a qualquer momento, por meio dos smartphones e tablets, está fazendo com que muitas pessoas cruzem a sutil fronteira entre a praticidade e a falta de educação.

Para evitar esse problema, e tornar os encontros reais menos conectados, começam a surgir, inclusive, alguns curiosos movimentos. É o caso do phone stacking (empilhamento de telefones), que virou febre entre os jovens nos Estados Unidos. O ritual é o seguinte: todos empilham seus celulares no centro da mesa e não podem mais tocar neles. O primeiro a cair em tentação paga a conta.
Os amigos Carolina Garofani, chef de cozinha; Daniel Dall’ag¬¬nol, consultor de empresas; Rafael Marcondes, arquiteto; e Pedro Pontoni, videomaker toparam o desafio de testar o “phone stacking”, mas logo começaram a bater fotos e comentar as redes sociais diretamente dos celulares durante a experiência. Ou seja, eles provaram, na prática, que está cada vez mais difícil as pessoas se desligarem de seus gadgets.

Carolina Garofani reconhece que não larga seu smartphone por muito tempo, seja para uso pessoal ou profissional, e reconheceu que já levou bronca. “No jantar de aniversário da minha irmã, ela ficou irritada comigo, chamou minha atenção porque eu não desgrudava do iPhone, mas eu precisava esperar um e-mail, era realmente trabalho”, justifica. Ela entende que o hábito pode ser mal educado em muitos momentos, e, quando sente o excesso em outras pessoas também não hesita em chamar a atenção. “Tenho muitos amigos viciados, mas eu peço, sim, para a pessoa desligar, parar de mexer no celular e falar comigo”, conta.

“Hoje em dia é difícil eu ligar para alguém ou atender um chamado. Eu uso mesmo o meu smartphone para escrever em redes sociais e falar pelos aplicativos de mensagem e bate-papo, pois você consegue fazer outras coisas ao mesmo tempo”, conta Pedro Pontoni. Daniel Dall’agnol, por outro lado, justifica sua superconexão, afirmando que as redes ajudam a aproximar as pessoas. “Com as mensagens que você compartilha, todo mundo fica sabendo das suas coisas. É bom contar o que está acontecendo para quem não estão lá com você”. Depois de admitirem os próprios vícios, os jovens concordam que tem muita gente mal educada no uso dessas tecnologias.

Gehad Hajar, pesquisador em Ciências Políticas da Universidade Federal do Paraná (UFPR), já sofreu na pele uma situação para lá de constrangedora, por causa de smartphones e seus donos sem educação. “Em uma palestra sobre a questão palestina, com um conteúdo bastante pesado, percebi logo a minha frente várias pessoas com seus celulares dando risadinhas. Tive que interromper minha fala e pedir que desligassem os aparelhos. Mesmo assim, alguns não o fizeram”, conta.

Mesmo com a situação embaraçosa, Hajar não é contra as novas tecnologias, pois ele mesmo afirma que não desgruda do seu smartphone. “Faço transações bancárias e checo meus e-mails pelo iPhone, acho que não vivo mais sem ele. Só que eu consigo separar as coisas e saber o momento em que ele deve ficar desligado”. Mas nem todo mundo tem esse autocontrole e situações grosseiras, como em restaurantes, cinemas e outros espetáculos, continuam acontecendo.

“Acredito que há um certo deslumbramento das pessoas que estão utilizando essas tecnologias e que, muitas vezes, não conhecem as ferramentas e suas consequências”, avalia a consultora de etiqueta Tete da Silva. Ela defende, inclusive, que as pessoas incomodadas com a falta de educação dos superconectados não pensem duas vezes em dizer o que pensam. “Temos que falar quando algo nos incomoda, claro que sempre educadamente”, acrescenta Mário Ameni, consultor de eventos e cerimonial.  (...)

http://www.gazetadopovo.com.br/viverbem/comportamento/conteudo.phtml?tl=1&id=1217131&tit=Etiqueta-on-line

Postagens mais visitadas deste blog

Curitiba já foi capital do Brasil e é mais antiga do que se imagina (Matéria do Jornal Comunicação On-line - UFPR)

Pesquisadores revisitam a história da cidade e apontam fatos históricos desconhecidos pela população Reportagem: Felipe Nascimento Edição Renata: Portela Responda a seguinte pergunta: quais cidades foram capitais do Brasil? Um bom estudante de história responderia Salvador, Rio de Janeiro e Brasília. Mas o que poucos sabem é que Curitiba já foi oficialmente capital brasileira. Esse é somente um dos fatos históricos pouco conhecidos sobre a cidade apontados por dois pesquisadores da história do Paraná. Gehad Hajar, membro do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná, é um desses pesquisadores.  Ele está realizando a pesquisa “Curitiba: de povoado à capital do Brasil”, que deverá ser lançada em livro no segundo semestre de 2011. A cidade foi capital federal entre 24 e 27 de março de 1969, época em que vigorava a ditadura militar. De acordo com o pesquisador, a mudança foi por uma questão propagandística. “Curitiba era uma das capitais brasileiras que não

Apresentação do livro "Monumentos de Curitiba" - 2° edição

Apresentação Há muito sentia-se falta de um inventário do patrimônio artístico e cultural nos logradouros e próprios públicos do Município de Curitiba.  Ei-lo: Monumentos de Curitiba, nossa pesquisa de mais de uma década, em que corremos a campo, percorrendo ruas, praças e prédios a fim de elencar, catalogar e fotografar as hermas, bustos, placas, monólitos, estátuas, fontes, repuxos, relógios, árvores preservadas, monumentos, obras de arte, enfim, tudo que esteja exposto publicamente e agregue valores culturais e históricos à memória da cidade.  No afã de ajudar em futuros estudos, restaurações, reposições, manutenções e análises, as fichas tendem a trazer informações mínimas, padronizadas e necessárias, acompanhadas de fotos dos principais bens. Nossa coleção pública é valiosa. Temos desde o monólito do séc. XVII de posse portuguesa sobre este território, na praça Tiradentes; a última argola de atracamento de cavalos do séc. XVIII, na rua de São Francisco; o primeiro

Vida e obra de Gehad Hajar (e-cultura)