Entenda quais são as heranças que os povos africanos deixaram enraizadas em nosso País.
Você sabia que muitas características da cultura brasileira foram trazidas pelos africanos? Vários dos costumes mais marcantes do povo brasileiro vieram com eles na época da escravidão. Comidas, músicas, religiões foram trazidas pelos navios negreiros carregados de pessoas que seriam obrigadas a trabalhar para parte da burguesia brasileira.
De acordo com o pesquisador Gehad Hajar, de Curitiba, não há como falar da formação da cultura brasileira sem ressaltar a presença dos negros e suas influências. “Todos os antropólogos e estudiosos da brasilidade são unânimes em citar que o negro é parte do tripé que formou o Brasil.”
Religião
O Candomblé, de origem nigeriana, foi uma das religiões trazidas pelos africanos. Claro que essa inserção não foi simples. A sociedade foi assimilando e entendendo essa cultura com o passar do tempo – e ainda hoje há registro de preconceitos contra seus praticantes. “Os africanos rezavam obrigados para Santa Bárbara e Nossa Senhora da Conceição, quando na verdade estavam orando para Iansã e Iemanjá”, explica o pesquisador.
Essa mistura de rezas e rituais acabou dando origem ao Umbandismo, religião que foi formada no Brasil, mas criada a partir da cultura dos africanos. “Os rituais, a roupa branca usada na sexta-feira, o patuá, os turbantes são exemplos dessas interferências transculturais.”
Música
A música brasileira também tem sua origem baseada na cultura africana. Mesmo que a disseminação dos costumes dos negros fosse proibida, eles foram uma das influências mais fortes na música que produzimos no País.
“O maxixe, o samba e o choro são derivados do lundu, jongo, capoeira e das zabumbas, que são ritmos africanos presentes e popularizados no Brasil desde o século 17, ainda que muitas vezes proibidos.”
Culinária
Como a culinária portuguesa não era exatamente uma unanimidade, os índios e os africanos tomaram a frente nesse quesito. Com combinações e sabores muito mais apetitosos, eles ganharam o estômago do brasileiro.
Do continente africano vieram vários dos alimentos mais populares da mesa brasileira. O café, que é uma das bebidas mais consumidas no Brasil, veio da Etiópia. As pimentas foram trazidas pelos negros e entraram com tudo na dieta dos brasileiros. “A galinha d’angola, o leite de coco, os cozidos de camarão seco, feijão preto, quiabo, chuchu, inhame, cuscuz e pamonha também são alimentos trazidos pelos africanos”, afirma Hajar.
Claro que todas essas particularidades culturais não foram inseridas da noite pelo dia, já que os africanos eram totalmente excluídos da sociedade. “Tudo que remetia aos africanos era proibido de ser seguido ou praticado pelos ’homens bons‘, logo, os portugueses”, explica. “Inúmeras foram as posturas e leis que visavam banir qualquer hábito ou influência sobre o que deveria ser uma terra em extensão da cristandade portuguesa. Qualquer agrupamento de mais de três negros era passível de punição. Qualquer ritmo de zabumba era crime. Uma palavra proferida em dialeto africano podia custar a língua.”
Mas a cultura forte trazida pelos africanos falou mais alto e, aos poucos, foi se inserindo na sociedade brasileira. “Os elementos vindos da África começaram a ser usados pelas camadas mais desprestigiadas da sociedade brasileira. Mas o Brasil foi formando o seu povo por meio do mistifório dos três elementos étnicos [africanos, portugueses e índios], mais tarde, acrescido por outras etnias emigradas pós-século 19”, conta Hajar. ”A ‘elite’ – que primeiramente representava uma casta aristocrática –, tornou-se parte do todo cultural no caminhar dos séculos. Foi a partir daí que esses elementos [religiosos, musicais e culinários] começaram a integrar a identidade brasileira.”
Interessante, não acha? É incrível imaginar que, depois de tanto sofrimento e preconceito que o povo africano sofreu, a cultura deles acabou predominando em nosso País. Temos que nos sentir muito orgulhosas por ter traços de um povo tão lutador e sábio – além de felizes por poder apreciar a deliciosa culinária ou a envolvente música brasileira que tem origens na África. Aprender um pouco mais sobre a história do nosso País e conviver com essa diversidade, ao lado de seus amigos, é sempre muito bom. Assim, fica muito mais simples de entender o que acontece. Afinal de contas, o presente é um reflexo do passado.
http://vivacadatoque.terra.com.br/pelo-mundo-7/conexao-africa-a-influencia-do-continente-na-cultura-brasileira-323
O café é uma das bebidas mais consumidas pelo brasileiro. O costume veio da Etiópia e se tornou uma das características culturais mais marcantes do País
Você sabia que muitas características da cultura brasileira foram trazidas pelos africanos? Vários dos costumes mais marcantes do povo brasileiro vieram com eles na época da escravidão. Comidas, músicas, religiões foram trazidas pelos navios negreiros carregados de pessoas que seriam obrigadas a trabalhar para parte da burguesia brasileira.
De acordo com o pesquisador Gehad Hajar, de Curitiba, não há como falar da formação da cultura brasileira sem ressaltar a presença dos negros e suas influências. “Todos os antropólogos e estudiosos da brasilidade são unânimes em citar que o negro é parte do tripé que formou o Brasil.”
Religião
O Candomblé, de origem nigeriana, foi uma das religiões trazidas pelos africanos. Claro que essa inserção não foi simples. A sociedade foi assimilando e entendendo essa cultura com o passar do tempo – e ainda hoje há registro de preconceitos contra seus praticantes. “Os africanos rezavam obrigados para Santa Bárbara e Nossa Senhora da Conceição, quando na verdade estavam orando para Iansã e Iemanjá”, explica o pesquisador.
Essa mistura de rezas e rituais acabou dando origem ao Umbandismo, religião que foi formada no Brasil, mas criada a partir da cultura dos africanos. “Os rituais, a roupa branca usada na sexta-feira, o patuá, os turbantes são exemplos dessas interferências transculturais.”
Música
A música brasileira também tem sua origem baseada na cultura africana. Mesmo que a disseminação dos costumes dos negros fosse proibida, eles foram uma das influências mais fortes na música que produzimos no País.
“O maxixe, o samba e o choro são derivados do lundu, jongo, capoeira e das zabumbas, que são ritmos africanos presentes e popularizados no Brasil desde o século 17, ainda que muitas vezes proibidos.”
Culinária
Como a culinária portuguesa não era exatamente uma unanimidade, os índios e os africanos tomaram a frente nesse quesito. Com combinações e sabores muito mais apetitosos, eles ganharam o estômago do brasileiro.
Do continente africano vieram vários dos alimentos mais populares da mesa brasileira. O café, que é uma das bebidas mais consumidas no Brasil, veio da Etiópia. As pimentas foram trazidas pelos negros e entraram com tudo na dieta dos brasileiros. “A galinha d’angola, o leite de coco, os cozidos de camarão seco, feijão preto, quiabo, chuchu, inhame, cuscuz e pamonha também são alimentos trazidos pelos africanos”, afirma Hajar.
Claro que todas essas particularidades culturais não foram inseridas da noite pelo dia, já que os africanos eram totalmente excluídos da sociedade. “Tudo que remetia aos africanos era proibido de ser seguido ou praticado pelos ’homens bons‘, logo, os portugueses”, explica. “Inúmeras foram as posturas e leis que visavam banir qualquer hábito ou influência sobre o que deveria ser uma terra em extensão da cristandade portuguesa. Qualquer agrupamento de mais de três negros era passível de punição. Qualquer ritmo de zabumba era crime. Uma palavra proferida em dialeto africano podia custar a língua.”
Mas a cultura forte trazida pelos africanos falou mais alto e, aos poucos, foi se inserindo na sociedade brasileira. “Os elementos vindos da África começaram a ser usados pelas camadas mais desprestigiadas da sociedade brasileira. Mas o Brasil foi formando o seu povo por meio do mistifório dos três elementos étnicos [africanos, portugueses e índios], mais tarde, acrescido por outras etnias emigradas pós-século 19”, conta Hajar. ”A ‘elite’ – que primeiramente representava uma casta aristocrática –, tornou-se parte do todo cultural no caminhar dos séculos. Foi a partir daí que esses elementos [religiosos, musicais e culinários] começaram a integrar a identidade brasileira.”
Interessante, não acha? É incrível imaginar que, depois de tanto sofrimento e preconceito que o povo africano sofreu, a cultura deles acabou predominando em nosso País. Temos que nos sentir muito orgulhosas por ter traços de um povo tão lutador e sábio – além de felizes por poder apreciar a deliciosa culinária ou a envolvente música brasileira que tem origens na África. Aprender um pouco mais sobre a história do nosso País e conviver com essa diversidade, ao lado de seus amigos, é sempre muito bom. Assim, fica muito mais simples de entender o que acontece. Afinal de contas, o presente é um reflexo do passado.
http://vivacadatoque.terra.com.br/pelo-mundo-7/conexao-africa-a-influencia-do-continente-na-cultura-brasileira-323