Ditadores tiranos ou benevolentes?
Muitos governantes comandam com mãos de ferro e passam por cima da vida de inocentes
A
ditadura hoje nada mais é do que a concentração de poder por regimes de
governos não-democráticos ou antidemocráticos, ou melhor falando, por
aqueles onde não existe a participação popular, ou se existe, é a mais
restrita possível. Chamamos hoje de ditadura moderna
aquela que se impõe pela força. Saddam Hussein e Muammar Kaddafi são
exemplos desse tipo de governo e do uso da agressividade para governar.
Hoje, a figura desses líderes é
caracterizada por um certo extremismo e algumas intolerâncias. Segundo o
mestre em História Social e diretor pedagógico do Colégio e Cursinho
Oficina do Estudante,
Célio Tasinafo, os ditadores são governantes que não possuem qualquer
respeito pela ordem legal e constitucional. “Em geral, permanecem anos
no poder utilizando dos métodos mais violentos de repressão aos
adversários. Além disso, toda ditadura, para se consolidar e se manter,
controla com cuidado e de forma estratégica todos os meios de
comunicação”, completa.
Mas ao contrário do que parece,
as características de um governo ditatorialista não é tão recente quando
o termo ‘ditador’. O termo ditadura se originou na Roma Antiga, e hoje
seu significado é completamente diferente do da antiguidade. A ditadura
romana só era acionada em ocasiões excepcionais, como em situações de
emergência, guerras ou crises internas, e, mesmo assim, os decretos de
um líder tinham valor de lei. “Além disso, há a figura do chamado
‘ditador benevolente’, geralmente assim denominado por seus partidários
por ser um ditador que, em suas óticas, age em favor do bem coletivo e
não pessoal, reforçando a figura do ‘salvador’”, diz Gehad Ismail Hajar,
cientista político e pesquisador da Universidade Federal do Paraná.
Enquanto na Roma Antiga, ditadores eram
líderes escolhidos para governarem em ocasiões extremas e por um curto
período de tempo, que não poderia passar dos seis meses, hoje, desde
Lênin, esse tipo de governo prospera por anos até ser, finalmente,
derrubado. Benito Mussolini, Josef Stalin, Adolf Hitler, Fugencio
Baptista, Idi Amin, Pol Pot e Robert Mugabe são alguns dos famosos nomes
que marcaram eras e governos.
Fim aos ditadores
Toda ditadura, por mais longa ou curta
que seja, uma hora tem seu fim. Muitos governos perduram anos, e quando o
ditador chega ao auge do seu poder, acaba por ser destituído e o
resultado final é a fuga, para que não seja preso ou morto. Foi assim
com Pol Pot e Adi Amin, que, após serem depostos, foram procurar abrigo
em outros países. Outros decidem fugir, mas acabam sendo capturados,
como Benito Mussolini, e mortos, como Saddam Hussein e, recentemente,
Muammar Kaddafi.
Estes homens poderosos abusaram
de seu status para reger suas próprias regras e deixaram marcas na
população. Mas o término do governo ditatorial pode levar a algumas
mudanças. Segundo Tasinafo, há uma inversão do jogo:
os perseguidos passam a ser perseguidores. “Quando se derruba um
ditador, o ideal é organizar um regime democrático. Mas, se os
opositores ao ditador adotam os mesmos métodos dele, o país continua sem
as liberdades básicas, como a de expressão”, explica.
Ditadores fazem parte da história
mundial e cabe aos países reféns desses governantes, uma forma de lutar
contra eles. Muitos foram depostos, exilados e mortos, mais alguns ainda
resistem, como Robert Mugabe, do Zimbábue. “Atualmente existe em torno de vinte ditaduras pelo mundo”, finaliza o cientista político e pesquisador, Ismail Hajar.