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Um Ano-novo diferente em cada cultura (Portal Terra)

Conheça os povos que comemoram suas datas com base em calendários específicos

A cidade de Meca, na Arábia Saudita, foi de onde o profeta Muhammad migrou para Medina, história que fez surgir o calendário muçulmano
Você sabia que há em torno de 40 calendários em uso no mundo? E as festas de Ano-novo? Elas podem não ser 40 ao todo, porque algumas comunidades não fazem comemorações como o nosso famoso réveillon, mas são várias. Quer conhecer um pouquinho mais dessas culturas?

Na maioria dos países do ocidente é usado o chamado  calendário gregoriano. O calendário, que tem o nome em homenagem ao papa Gregório XIII, é baseado na movimentação solar. Por isso, tem uma estrutura fixa, com 365 dias, 5 horas e 49 minutos, divididos em 12 meses. De quatro em quatro anos, é acrescentado um dia em fevereiro, no chamado ano bissexto.

Como todo mundo sabe, o Ano-novo acontece no 1º dia de janeiro, logo à 0 hora. Comemorado com muita festa e fogos de artifício – e algumas simpatias, no caso do Brasil –, o nosso ano-novo é conhecido no mundo todo, mas não é o único.

Ano-novo chinês

Segundo a professora de história Rose Casetta, de São Paulo, o mais antigo calendário é o chinês. É um calendário tanto lunar, quanto solar. Cada ano apresenta 12 lunações, ou 354 dias, e a cada oito anos são acrescentados 90 dias. Ele está dividido em ciclos de 12 anos: cada um deles tem o nome de um bicho. Este ano, por exemplo, é o do coelho (4709). Por isso, o ano nasceu no dia 3 de fevereiro, pelo calendário gregoriano, cheio de boas energias, assim como o coelho, que é manso e dócil.

“A partir de 1912, a China adotou oficialmente o calendário gregoriano, mas, pela tradição, o povo continua utilizando o calendário antigo, sendo a comemoração de cada Ano-novo chinês a maior festa popular do país”, diz a professora.

Ano-novo judaico

O calendário judaico é um calendário lunar. Cada mês corresponde a um ciclo lunar. A cada quatro anos, em vez de um dia a mais, tem-se um mês extra. A estudante Elisa Klüger, de São Paulo, comemorou recentemente o Ano-novo com a sua família. “Segundo o calendário judaico, estamos agora no ano 5772”, explica Elisa.

A religião judaica é multifacetada, por isso há vários tipos de celebrações do Ano-novo pelo mundo. Em São Paulo, por exemplo, são mais difundidas as tradições dos judeus da Europa. No Ano-novo, os judeus enviam cartões e doces para pessoas queridas desejando que elas tenham um ano doce (esses doces são usualmente feitos de maçã e mel). Todas as sextas-feiras, os judeus comem um pão trançado que se chama chalá. No Ano-novo, esse pão é trançado e a trança enrolada para representar o ano que é cíclico. “Normalmente, há um jantar na passagem do ano no qual se fazem umas poucas rezas, come-se esse pão trançado-enrolado, maçã com mel e outros doces”, conta Elisa.

Ano-novo iraniano/persa

O calendário persa é um calendário solar, utilizado no Irã e no Afeganistão, por exemplo. É um calendário descendente dos calendários zoroastricos da Pérsia pré-islâmica. Mesmo aqueles países que sofreram a influência do Islã tentam manter o calendário persa hegemônico. Segundo a professora Rose, o calendário persa é mais preciso do que o gregoriano em relação ao movimento da Terra ao redor do sol.

O Ano-novo acontece no dia 21 de março, quando ocorre o equinócio vernal no hemisfério norte, precisamente determinado por observatórios astronômicos localizados em Teerã e Cabul.

Ano-novo muçulmano

O calendário islâmico (ou hegírico) difere do ocidental principalmente por ser lunar, e não solar. São 12 meses com 29 ou 30 dias alternados entre eles. O mês começa quando nasce a primeira lua crescente, e o ano possui 11 dias a menos do que o calendário gregoriano.

Segundo o estudioso Gehad Hajar, de Curitiba, “o 1º dia do mês muharram do calendário muçulmano foi o dia 16 de julho de 622 d.C., quando o profeta Muhammad migrou da cidade de Meca para a cidade de Medina, na atual Arábia Saudita, num evento conhecido como hégira. De lá começou a contagem, que atualmente está no ano de 1432”. Apesar de os países acompanharem o calendário ocidental por uma questão prática, o Ano-novo muçulmano é muito importante para a tradição.

Que tal ficar atenta aos amigos e amigas de outras religiões e culturas e cumprimentá-los nessas datas tão especiais para eles? Com certeza, eles vão ficar contentes – e a sua amizade vai sair fortalecida.

http://vivacadatoque.terra.com.br/pelo-mundo-7/um-ano-novo-diferente-em-cada-cultura-240

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